Sessão Nostalgia: ROQUE SANTEIRO

Exibida de 24 de Junho de 1985 a 22 de Fevereiro de 1986, pela Rede Globo, no horário das 21 horas. Com 209 capítulos.

Novela de Dias Gomes, com a colaboração de Aguinaldo Silva, Marcílio Moraes e Joaquim Assis.

Direção de Paulo Ubiratan, Gonzaga Blota, Marcos Paulo e Jayme Monjardim.

Em comemoração dos 10 anos da Tv Globo, em 1975, Dias Gomes, começou a escrever "A SFlorindo Abelha e Dona Pombinhaaga de Roque Santeiro e a Incrível História da Viúva que foi sem nunca ter sido", baseada na sua peça teatral O Berço do Herói (proibida pela censura), com essa atração, a emissora prometia inovar o horário nobre, transformando o gênero. Com dez capitúlos editado, pelo então diretor Daniel Filho e quase trinta já gravados, a novela foi proibida pela censura de ir ao ar, em sua noite de estréia, quando no Jornal Nacional, o locutor Cid Moreira leu um editorial escrito por Armando Nogueira, anunciando o veto da censura, justificando: "A novela contém ofensa à moral, à ordem pública e aos bons costumes, bem como achincalhe à Igreja". Este veto chocou o dono da empresa, o jornalista Roberto Marinho, que mesmo aceitando o a proibição, comprou uma briga feia com a censura.

Ainda perplexa com o veto, a emissora reprisou um compacto da novela "Selva de Pedra", de Janete Clair, enquanto a autora, que estava escrevendo a novela "Bravo!", se ofereceu para apresentar uma sinopse as pressas, deixando "Bravo!", sob o comando de Gilberto Braga. Janete escrever então, "Pecado Capital", um de seus maiores sucessos (usando inclusive, a mesma produção e atores de "Roque Santeiro", como Lima Duarte, Betty Faria e Francisco Cuoco).

Dez anos depois, em 1985, a novela foi finalmente ao ar, tornando um dos produtos de sucesso mais estrondoso da televisão brasileira.

A novela marcou com personagens inesquecíveis:o Sinhozinho Malta, de Lima Duarte, o casal Florindo Abelha (Ary Fontoura) e Dona Pombinha (Eloísa Mafalda), o Padre Hipólito (Paulo Gracindo), Zé daCego Jeremias e Jilós Medalhas (Armando Bógus) e sua reprimida mulher Dona Lulu (Cássia Kiss), Jiló (João Carlos Barroso), Professor Astromar (Ruy Rezende), Cego Jeremias (Arnauld Rodrigues), Mocinha (Lucinha Lins), entre outros. Mas, certamente, quem brilhou mais, ofuscando o brilho deste elenco impecável, foi Regina Duarte, vivendo a impagável Viúva Porcina, fazendo com que a atriz, de "namoradinha do Brasil", se torna-se a "Amante Nacional!".

Aliás, sobre a Viúva Porcina, a escolhida para viver este papel em 1975 era Betty Faria, que se recusou a viver o seu papel prometido. Com a recusa de Betty, os diretores resolveram apostar em RegiRonaldo César e Matildena, mas ficaram receosos em desmanchar sua fama de puritana na tv. Daniel Filho fala em seu livro O Circo Eletrônico: "Conversei com ela para ver se ela gostaria do papel, no qual ela adorou. Fiquei aliviado, pois se ela demostrasse receio, nao arriscaríamos. Paulo Ubiratan, o diretor-produtor, tinha medo e ao mesmo tempo era fascinado pelo inusitado, mas pelo carisma de Regina, quando ela gosta de uma coisa, é difícil não acertar".

A notável penetração de "Roque Santeiro", nos hábitos brasileiros, discutindo religião, misticismo popular e política, descartando o romantismo e adotando a caricatura no lugar de personagens psicológicos, devolveu á telenovela sua função de catalisadora das massas. Assim como ocorreu em "Dancin' Days", em, as roupas, os geRoberto Mathias e Linda Bastosstos e os hábitos dos personagens passaram a ser copiados nas ruas. O figurino brega-extravagante de Porcina virou moda: a maquiagem exagerada, os vestidos colantes, óculos berrantes, turbantes, chapéus, muito brilho e as bijuteiras e cores extravagantes da Viúva, ganharam as ruas. Assim como as perucas usadas pelo Sinhozinho Malta, o que fez aumentar em 80% às vendas do produto no país.

Por falar em Sinhozinho Malta, sua marcante característica é lembrada até hoje. Trata-se do sacolejar de suas pulseiras, que ele fazia ao ficar nervoso, acompanhado de um efeito sonoro que reproduzia o som de uma cascavél, seguido do bordão, "tô certo ou tô errado".

Primeira novela de Maurício Mattar, Patrícia Pillar e Cláudia Raia.

Sinopse

O dia a dia em Asa Branca, pequena cidade no nordeste brasileiro. Lá, há dezessete anos, o coroinha Luís Roque Duarte, conhecido como Roque Santeiro por sua habilidade em modelar santos, tombou morto ao defender a população dos homens do bandido Navalhada, logo após seu misterioso casamento com a desconhecida Porcina. Santificado pelo povo que lhe atribuiu milagres, tornou-se um mito, e fez prosperar a cidade ao redor da sua história de heroísmo.

Só que Roque não está morto, e volta á cidade ameaçando por um fim ao mito. Sua presença leva ao desespero o Padre Hipólito, ao prefeito Florindo Abelha e o comerciante Zé da Medalhas, pricipal exportador do santo. Mas o maior prejudicado é o Sinhozinho Malta, que vê ameaçado seu romanProfessor Astromar e Mocinhace com a Viúva Porcina, que nunca foi casada com Roque, e sempre viveu à sombra da mentira articulada por Malta. mentira esta, institucionalizada para fortificar o mito e tirar vantagens pessoais.

Ao retonar, Roque interfere na relação de Sinhozinho Malta e Porcina, além de reascender a paixão de Mocinha, a verdadeira noiva, que nunca se conformou com seu desaparecimento, e se manteve casta á espera de seu amor, memso acreditando que ele estivsse morto. Ela é filha do prefeito Florindo Abelha e da beata Dona Pombinha, além de ser cortejada pelo soturno Professor Astromar, suspeito de ser o lobisomem. Ainda chega na cidade, uma equipe de filmagem, que pretende fazer um filme sobre a vida de Roque.

Elenco

Ninon e Delegado FeijóJosé Wilker/ Regina Duarte/ Lima Duarte/ Ary Fontoura/ Eloísa Mafalda/ Lucinha Lins/ Armando Bógus/ Cássia Kiss/ Fábio Jr./ Yoná Magalhães/ Paulo Gracindo/ Cláudio Cavalcanti/ Lídia Brondi/ Ewerton de Castro/ Patrícia Pillar/ Luiz Armando Queiroz/ Ruy Rezende/ João Carlos Barroso/ Arnauld Rodrigues/ Nelson Dantas/ Maurício do Valle/ Cláudia Raia/ Ísis de Oliveira/ Nélia Paula/ Othon Bastos/ Oswaldo Loureiro/ Milton Gonçalves/ Wanda Kosmo/ Alexandre Frota/ Cláudia Costa/ Elisângela/ Ilva Niño/ Tony Tornado/ Maurício Mattar/ Cristina Galvão/ Waldir Santanna/ Luis Magnelli/ Lícia Magna/ Gabriel Bicalho/ Bruno Andrade/ Edyr de Castro/ Ana Luiza Folly/ Sandro Solviat/ Malik dos Santos/ Ângela Figueiredo/ Dedina Bernadelli/ Leina Krespi/ Ângela Leal/ Regina Dourado/ Heloísa Helena/ Gilson Moura/ Wálter Santos/ Arthur Costa e Filho/ Fernando José/ Lílian Lemmertz/ Lutero Luiz/ Dennis Carvalho/ Marcos Paulo/ Cláudio Gaya/ Jorge Fernando/ Paulo César Pereiro/ Tarcísio Meira

Abertura

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