Autor Quem?: ANTÔNIO CALMON

Antônio Calmon

Nascido em Manaus, lá por meados de 1945, Antônio Calmon sempre foi uma pessoa polêmica e à frente do seu tempo. Desde jovem, lá pelos seus 20 anos, Calmon já sabia o que queria, e correu atrás, inciando sua carreira profissional através do cinema, servindo de assistente de direção em muitas produções do Cinema Novo, como A Grande Cidade (1965), de Cacá Diegues, Terra em Transe (1967) e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1968), de Glauber Rocha, e O Bravo Guerreiro (1968), de Gustavo Dahl.

Em 1970, surgiu a primeira oportunidade de lançar o seu primeiro longa-metragem, o filme cult, O Capitão Bandeira Contra o Doutor Moura Brasil, protagonizado por grandes futuras estrelas da tv, como Dina Sfat, Hugo Carvana e Norma Bengell. Com este filme, Calmon já mostrava suas influências polêmicas, criando o chamado Cinema Marginal.

A partir desse momento a carreira de Calmon no cinema não parou mais, sempre com muita polêmica, e muitos filmes no currículo como Revólver de Brinquedo (1975), Nos Embalos de Ipanema (1977) - início de sua parceria com André De Biasi, com quem estrearia com sucesso na tv -, Eu Matei Lúcio Flávio (1978), Terror e Êxtase (1979), O Torturador (1981), entre muitas outras produções. Mas foi com Menino do Rio (1982) que Antônio Calmon conquistou a notoriedade que precisava. A trama, que contava o conflitos de uma juventude preocupada com o surf e azaração, tinha no elenco um time de jovens promessas, como André De Biasi, Cláudia Magno, Cláudia Ohana, Guto Graça Mello e Sérgio Malandro. O sucesso foi tanto, que rendeu uma sequência dois anos depois, com Garota Dourada (1984), contando com Bianca Byngton e Andréa Beltrão no elenco. Só que dessa vez, a película não cativou aos espectadores, e marcaria o fim de uma até então bem sucedida carreira de diretor de cinema.

Antônio Calmon anseiava por novas motivações, sendo recrutado pela Globo para desenvolver o roteiro de uma nova produção, escrevendo "Armação Ilimitada", que tinha como base seus dois últimos filmes, e trazia um elenco jovem, composto por Kadu Moliterno, André De Biasi, Andréa Beltrão e Jonas Torres. A série foi um sucesso, alvo de muitas polêmicas com a censura, mas cultuada até hoje. Kadu Moliterno e André De Biasi, apesar de muitos papéis na tv, até hoje não conseguiram se livrar do estigma de Juba e Lula. Com o sucesso de "Armação", em 1988, um anos após a série ter ido ao fim, a emissora enconmendou umn novo seriado à Calmon, tratava-se da série "Tarcísio & Glória", protagonizada pelo famoso casal da tv. Escrita com Euclydes Marinho e Daniel Filho, esta série não foi um grande sucesso, mas conseguiu cativar, apesar da história pouco convincente.

1989, era finalmente o ano de Calmon estrear nas novelas. A história escolhida para esta lançamento, foi nada mais nada menos que "Top Model", desenvolvida junto ao já experiente Waltér Negrão. Calmon não poderia começar melhor. Com uma produção extremamente bem cuidada (talvez mais pelo fato de Negrão estar por trás da história), e uma trama inovadora, e sem falsos clichês, o autor desenvolveu uma nova maneira de se contar uma história, com um texto jovem, totalmente alegre e pra cima.

Sua trama seguinte à "Top Model" seguiu o mesmo estilo. Era "Vamp", um dos maiores sucessos da telenovela brasileira. Se em "Top", Antônio Calmon já havia inovado, e muito, com "Vamp", sua criatividade aflorou de uma maneira inexplicável. Uma trama atraente, que despertava a curiosidade de crianças, jovens e adultos, era tudo o que o autor precisava para sagrar seu nome na televisão. Até hoje, a história dos vampiros de Armação dos Anjos está no imaginário do povo brasileiro.

Em 1993, o autor trouxe novamente às telas das tv, uma trama repleta de modelos. Era a minissérie "Sex Appeal", que com apenas 20 capítulos, nos apresentou aquelas que anos mais tarde seriam verdadeiras estrelas da tv, como Carolina Dieckmann, Camila Pitanga, Danielle Winits e Luana Piovani. Tudo envolto a muito suspense e romance. No mesmo ano, o autor ainda colocou a criatividade para funcionar, e lançou "Olho no Olho", que ao som de "Magnificat" do Rútila Máquina, mostrava a eterna luta do bem contra o mal, num duelo literalmente olho no olho, entre os personagens da trama. Apesar da concepção interessante, o sucesso conquistado com as novelas anteriores, não passou nem perto desta trama.

perito em escrever tramas alegres e pra cima, Antônio Calmon não fugiu a fórmula na hora de desenvolver "Cara & Coroa". Só que desta vez, a trama veio cheia de clichês como as gêmeas que trocam de lugar, o filho que rejeita a mãe, entre essas coisas. Parece que funcionou, pois "Cara & Coroa" cativou os telespectadores, e é mais uma boa recordação em seu histórico. Em 1997, o autor deixou um pouco de lado as suas histórias leves e cômicas, e passou a escrever coisas sérias. O primeiro foi o seriado "A Justiceira", criado junto a Doc Comparato, Daniel Filho e Aguinaldo Silva. A trama que durou só 12 episódios (devido a gravidez da protagonista), era baseada nos filmes policiais de Hollywood e tinha como estrela principal Malu Mader. Já em 1998, com Daniel Filho e Elizabeth Jhin, escreveu a primorosa série "Mulher", uma espécie de Plantão Médico brasileiro, estrelado por Eva Wilma e Patrícia Pillar, numa dobradinha incrível.

Antes de escrever "Mulher", Antônio Calmon, no mesmo ano de 1998, tinha apresentado mais uma trama bem ao seu estilo. "Corpo Dourado" trazia de volta tudo aquilo que já era característico nas tramas do autor: a fictícia cidade litorânea do Rio de Janeiro - que aqui se chamava Marimbá -, o elenco jovem e bonito, romances e aventuras. A trama não foi uma explosão de audiência, mas foi gostosa de assitir, e deu espaço para Daniele Winits brilhar, na pele da Alicinha. Em 2001, uma trama mística era a nova aposta de Calmon. Mesclando anjos com nazismo, e ainda o mundo da moda, o autor deu mais um show de criatividade, e mais uma vez conquistou o público com "Um Anjo Caiu do Céu".

Já em 2002, após anos e anos de insistência dos telespectadores órfãos de "Vamp", a Rede Globo decidiu atender ao pedido fãs da novela vampírica, e encomenda uma nova trama sobre o tema. A única exigência feita ao autor, é que a trama não fosse um "Vamp 2". Calmon trouxe então a chamada "O Beijo do Vampiro", que ao contrário do que todos esperavam, foi alvo de críticas e polêmicas. A trama ao contrário de "Vamp" era muito infantil, e só conseguiu conquistar às crianças mesmo. Outro ponto que prejudicou esta novela, foi o boicote proposto pelos fãs da trama de 1991, que não aceitavam o fato de Jorge Fernando, o diretor de "Vamp" não estar a frente desta nova empreitada, dirigida por Marcos Paulo.

Em 2004, Calmon conseguiu convencer Marcos Paulo a volta à frente das câmeras e protagonizar "Começar de Novo". Infelizmente, a história do homem julgado morto, que volta para se vingar de seus inimigos foi açucaradamente insuportável, o que fez com que muitos telespectadores migrassem para "A Escrava Isaura" da Record. A situação ficou tão complicado, que o autor chegou até a se afastar da novela, só retornando quando a trama já estava quase no fim.

Novelas:

"Armação Ilimitada" (1985 - Globo - seriado); "Tarcísio & Glória" (1988 - Globo - seriado - com Euclydes Marinho e Daniel Filho); "Top Model" (1989 - Globo - com Wálter Negrão); "A, E, I, O... Urca" (1990 - Globo - minissérie - com Doc Comparato); "Vamp" (1991 - Globo); "Sex Appeal" (1993 - Globo - minissérie); "Olho no Olho" (1993 - Globo); "Cara & Coroa" (1995 - Globo); "A Justiceira" (1997 - Globo - seriado - com Doc Comparato, Daniel Filho e Aguinaldo Silva); "Corpo Dourado" (1998 - Globo); "Mulher" (1998 - Globo - seriado - com Daniel Filho e Elizabeth Jhin); "Um Anjo Caiu do Céu" (2001 - Globo); "O Beijo do Vampiro" (2002 - Globo); "Começar de Novo" (2004 - Globo - com Elizabeth Jhin); ''Três Irmãs'' (2008 - Globo)

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