Sessão Nostalgia: MEU BEM MEU MAL


Hoje iremos relembrar de uma novela das oito para lá de envolvente e instigante, quase que em todos os sentidos. Quase, porque o elenco não era de grande peso, mesmo contando com grandes nomes. Uma das últimas obras de Cassiano Gabus Mendes, MEU BEM MEU MAL.
Meu Bem, Meu Mal foi uma telenovela produzida e exibida pela Rede Globo entre 29 de outubro de 1990 e 18 de maio de 1991, com 173 capítulos.
Escrita por Cassiano Gabus Mendes, tendo como co-autores Maria Adelaide Amaral e Dejair Cardoso, e dirigida por Paulo Ubiratan, Reynaldo Boury e Ricardo Waddington.
TRAMA
Dom Lázaro Venturini, sócio majoritário da Venturini Designers, é obrigado a conviver com Ricardo Miranda, que detém 30% das ações da empresa e representa o adultério de sua falecida mulher, Maria Helena. Ricardo mantém um caso secreto com Isadora Venturini(também acionista da empresa), a viúva de Cláudio, filho de Dom Lázaro, e odiada pelo patriarca. Mas tanto Ricardo quanto Isadora são vítimas do ódio de outras pessoas.
Ricardo foi o responsável pela ruína de Felipe. A filha deste, Patrícia, planeja vingança se envolvendo com Ricardo, mesmo sendo bem mais jovem que ele e amiga de sua problemática filha, Jéssica. Mas Patrícia não contava que fosse se apaixonar de verdade por Ricardo Miranda.
Contra Isadora se juntam a socialite Mimi Toledo e sua manicure, Berenice. Mimi Toledo fora apaixonada pelo falecido marido de Isadora, e preterida. E Berenice quer vingar a filha, Fernanda, da humilhação imposta por Isadora, que não aceitou a jovem como namorada do filho, Marco Antônio. Essa vingança põe Doca em cena. Trata-se de um rapaz pobre que, industriado por Mimi Toledo, se infiltra na alta sociedade como Eduardo Costabrava, para enlouquecer de amor a filha de Isadora, Victória.
Lima Duarte-Dom Lázaro Venturini
Sílvia Pfeifer-Isadora Venturini
José Mayer-Ricardo Miranda
Yoná Magalhães-Valentina Venturini
Cássio Gabus Mendes-Doca
Lídia Brondi-Fernanda
Luciana Braga-Dirce
Ingra Liberato-Suelen
Nívea Maria-Berenice
e grande elenco
Participações especiais: Herson Capri e Mauro Mendonça
Exibida entre 29 de outubro de 1990 e 18 de maio de 1991 em 173 capítulos, de segunda a sábado, as 20:30 da noite.
Ainda receosa pela perda de audiência causada pela novela Pantanal da Rede Manchete, a emissora decide investir forte nas chamadas, anunciando a novela a cada comercial. A novela iria enfrentar o último mês da novela da Manchete, mas estreou bem, com 59 pontos. Com seu sucesso confirmado, a emissora ficou aliviada.
Após o sucesso de sua obra-prima, Que Rei Sou Eu?, no ano anterior, Cassiano Gabus Mendes foi escalado para escrever a substituta de Rainha da Sucata, de Sílvio de Abreu. Mas, por problemas nos bastidores da emissora, Cassiano teve que desenvolver a história em tempo recorde e todo o restante da pré-produção também foi muito rápido.
Meu Bem, Meu Mal foi reapresentada na sessão Vale a Pena Ver de Novo entre os dias 12 de agosto e 22 de novembro de 1996, com somente 73 capítulos. A trama alcançou a audiência média de 22 pontos no horário vespertino.
Cassiano bem que avisou que nada iria criar e apresentar que fosse novo para o público. E, de fato, não criou. Fez um folhetim puro. No entanto, Meu Bem, Meu Mal, se não é sua melhor novela, ao menos tinha um elenco bem escolhido e uma boa trama.
Meu Bem, Meu Mal foi um grande sucesso de audiência. Obteve média geral de 55 pontos no horário.
A novela tinha bom Ibope, mas caiu pela segunda metade, que não registrou índices explosivos. O último capítulo não passou de 56 pontos. Apesar das quedas, não há fracasso a se registrar.
Foi o último trabalho artístico (até agora) da atriz Lídia Brondi, que interpretava Fernanda, a moça pobre que é rejeitada pela mãe do namorado rico, Marco Antônio, personagem de Fábio Assunção, em sua primeira novela.
A novela discutia o envolvimento amoroso entre jovens de classes sociais diferentes. O rico Marco Antônio (Fábio Assunção) se envolve com a pobre Dirce (Luciana Braga), enquanto o pobretão Doca (Cássio Gabus Mendes) se prepara para dar o golpe do baú na ricaça Victória (Lizandra Souto). Isadora Venturini (Silvia Pfeifer), mãe dos jovens, vivia às turras com os filhos por esse motivo.
Repetindo o casal de sucesso de Vale Tudo, Lídia Brondi e Cássio Gabus Mendes, Nanda e Doca, ficavam juntos no final da trama, depois de brigarem a novela inteira. Lídia Brondi e Cássio Gabus Mendes se conheceram nos bastidores de Vale Tudo, se cruzaram em Tieta e terminaram juntos em Meu Bem, Meu Mal. Eles são casados na vida real.
As irmãs Isis e Luma de Oliveira se desentenderam com a direção da novela e deixaram a trama antes do seu término. Na ocasião, Madame Mimi Toledo, personagem de Isis de Oliveira, deixava o país, fazendo uma viagem, rumo a Europa. Já Ana Maria, a prostituta vivida por Luma de Oliveira, seria assassinada no capítulo de número 94, no ar em 14 de fevereiro de 1991, uma quinta-feira, encerrando assim, a história da sua personagem na trama. Valentina, personagem de Yoná Magalhães era a assassina. O mistério seria desvendado no último capítulo. Por ciúmes de Henrique, o bon-vivant vivido por Thales Pan Chacon, ela mataria a moça.
Lima Duarte chegou a reclamar, na época da novela, do desempenho do seu personagem, Dom Lázaro Venturini. Depois de flagrar Isadora Venturini (Silvia Pfeifer) e Ricardo Miranda (José Mayer), se beijando em um cemitério, Dom Lázaro Venturi sofreria um derrame e ficaria delibitado em uma cadeira de rodas. Lima, passou a metade da novela, sem discorrer uma fala. Até que nas últimas semanas de exibição do folhetim, seu personagem recupera a fala e desmascara o casal.
Já Marcela, personagem de Françoise Forton entrou no meio da trama, com o rosto desfigurado, vítima de um acidente, como a mãe de Jéssica, personagem de Mylla Christie e deixava a cadeira de rodas, disposta a recuperar o amor de Ricardo Miranda, personagem de José Mayer, que vivia um romance com a jovem Patrícia, personagem de Adriana Esteves.
Ingra Liberato, que interpretava Suelen – amiga de Patrícia, interpretada por Adriana Esteves – se envolve com Ricardo Miranda, o personagem de José Mayer, e como Ricardo esta um namoro com Isadora Venturini, vivida por Sílvia Pfeifer, que nos capítulos fica desconfiada de Ricardo e acha que ele a está traindo com a Suelen mas quando descobre a traição eles se separam e vai ter um quadrado amoroso entre Ricardo, Marcela que é Françoise Forton, Suelen e Isadora.
A atriz Zilda Cardoso deixou a personagem Catifunda da Escolinha do Professor Raimundo e encarou o desafio das novelas, pela primeira vez. E a dobradinha de sucesso com o personagem de Jorge Dória, caiu no gosto do público.
Sem dúvida alguma, o casal mais marcante da novela foi o Mordomo Porfírio (Guilherme Karan) e sua divina Magda (Vera Zimmermann). Vera Zimmermann fez de sua divina Magna, um grande sucesso. Tanto, que estampou a capa da revista Playboy, de 1991.
Ela é alvo de interessantes comentários, assim como outras novelas, no documentário britânico Muito Além do Cidadão Kane, uma abordagem crítica à maneira como surgiram e são controladas as Organizações Globo.
Belíssima e inovadora abertura, com objetos inanimados se difundindo com objetos reais. Mais uma obra-prima, orquestrada pelas mãos do mago Hans Donner. O nome da música coincide com o título da novela, e é cantado por Marcos André.
Primeira novela de Silvia Pfeifer e Mylla Christie.
Última novela de George Otto, que faleceu em 4 de Abril de 1991, bem como de Monique Alves, falecida em 29 de agosto de 1994.

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